segunda-feira, 28 de março de 2011

Sua boca, meu bom-dia

Hoje as horas pesam como quando longe de você.

Escrevo uma palavra, digo outra coisa
mas não não adianta: você!

Penso nos últimos dias e: nós!

Outrora os amanheceres não eram tão agradáveis como agora:
a sua boca, o meu bom-dia, a nossa convivência.

Minha mão passeando pelo seu corpo
enquanto suas pernas batucam uma canção
em meu peito.

Eu poderia ficar uma semana deitado nessa cama contigo!

Eu poderia passar um mês sem sair do seu lado!

Eu poderia passar a eternidade beijando o seu rosto!

Mas querida,
O amor é uma armadilha e o corpo uma chantagem!

terça-feira, 22 de março de 2011

Tinha que vir

I

Me convida pra ficar
Diz que o meu travesseiro ainda está na sua cama
Que o meu batom ainda colore os nossos beijos
E as minhas jóias reluzem a sua pele.

Me diga o quanto é bom amar
Da ilusão de um beijo
Da eternidade de um abraço
Da mentira que há em um olhar
E da dor que há por trás disso tudo.

A intensidade é uma doença contagiosa.

II

Mas você, querida
Poderia chegar como quem não quer nada
ou vestida de coloridos a chamar minha atenção.

Poderia vir em festa
com a alma sorridente e o coração batucando outras marchas de carnavais
Ou vir em calmaria, de rosto sóbrio e alma lavada
cantando canções para me tranquilizar.

Poderia vir despida de qualquer adereço ou fantasia.

Sem cheiro e sem sabor.

Poderia estar de pés descalços, sem ter aonde pisar.

Poderia vir por inteira ou pela metade.

Com olhos claros de quem pensa ou profundos de quem enxerga.

E por mais que isso fosse pouco, era tudo.

Poderia vir sem idade e sem memória:

Mas querida, tinha que vir!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Me pintei

Na vida enjoamos das pessoas assim como das músicas
e sentimos desprezo pelo que outrora era amado
e sentimenos falta daquilo que era desnecessário,
feito aquelas pequenas coisas que nos completam,
efêmeras, passageiras, momentâneas.

Hoje abro os olhos pro céu e ele já não é o mesmo,
nem as flores do meio-fio,
nem os traços da tua boca,
nem as cores do meu batom.

Me pintei com coloridos e quis beijar o espelho na ausência dos teus!
Gritei escárnios sabendo não volver respostas.
Esmurrei paredes mesmo sabendo da dor.

Mas pouco importa se hoje está chovendo:
os meus dias têm sido iguais, por trás da mesma retina,
faça chuva, faça sol ou não faça nada.

Ontem eu quis você aqui, mas você não ouviu eu cantar as frases do desejo.
Então, súplicas mudas, dissonantes como eu.

Eu resmungo, choro, faço fiasco
e invento outra mentira.

Qualquer coisa pra quebrar a rotina desses dias vazios.