segunda-feira, 2 de julho de 2012

Acaso

Pela janela passam
Pessoas, pássaros e veículos.
Passos às vezes sem direção
Apenas a involuntariedade de seguir estradas tortas
Quase sempre incertas.
Às vezes embriagado e noutras desperto
Embalado pelo sopro do vento
Que traz sonhos e leva tormentos
Sem se fazer sentir...

Sob o peso dos meus amores eu sigo
Apagando luzes e pintando quadros
Como numa paisagem distorcida
De um guardanapo jogado
No chão dos bares que você saia
E que nos encontrávamos
Para iludirmos a vida
Deixando tudo para a posterioridade
Como bêbados numa noite de domingo
Crianças numa tarde de sábado.

A vida efêmera como um abraço
Flertando com o acaso
A ânsia por um beijo!

Seu beijo pode ser minha falência
E a volúpia dos seus toques
Meu fracasso.

Sob o peso dos meus amores eu sigo
Desejando ser mais seu do que meu
Dentro de uma noite lisérgica.