terça-feira, 13 de setembro de 2011
Escuta
Ou que o tempo é um gosto pra ser sentindo de vagar.
Melhor seria pensar que ele corre à velocidade de balas
E que custa esperar, porque a vida é agora!
Preferi calçar meus sapatos e ir pra guerra
Mesmo que esta me deixasse mutilado ou incapacitado pra seguir.
Desfiz das minhas armaduras e rasguei a camisa
Querendo sentir a liberdade de correr contra o vento!
Agarrei tudo o que pude alcançar, lancei um grito cego
E tentei salvar minha alma
Na esperança de não me perder em tanta escuridão
Por mais que a vontade me fizesse precipitar!
Escuta, a tempestade que se aproxima não é aquela anunciada
Nem os ventos lhe dirão qual direção seguir
Apenas faça seu caminho, independente se for sonho ou ilusão
Porque na verdade, sob o fim somos todos iguais!
Epitáfio
Eu quis minha chance pra viver
Talvez não soubesse aproveitar
Ou então aproveitei demais!
Este é o epitáfio dos que anunciam a morte
Mesmo estando vivo.
Sentimento suicida
De quem tem pressa de viver!
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Imagina?
Eu poderia lhe escrever uma canção sobre loucuras e tragédias
Eu poderia sair pela rua como qualquer cão sem lar
Eu poderia bater em sua porta encharcado pela água da chuva
Eu poderia ser a canção triste entoada sobre as ultimas horas do domingo
Eu poderia ser um lunático buscando aquilo que não se pode desejar
Eu poderia ser o cara que um dia caiu aos seus pés e despreocupado deixou lágrimas cairem
Eu poderia ser a presa fácil emersa em labirintos que não fossem seus braços
Eu poderia ser a rede que serviria de isca para suas pescas
Eu poderia ser seus dias espelhados por diversas feiras
Eu poderia ser suas noites e as insônias insistentes
Eu poderia ser um dia de sol deitado sobre a grama do parque
Eu poderia ser o quarto quente num dia frio de chuva
Eu poderia ser a mão que apóia quando as pernas já não suportam
Eu poderia ser o amparo quando a bebida lhe esgota
Eu poderia ser a corda que usa para amarrar quem não quer ver partir
Eu poderia ser tudo aquilo que você despreza e entende por desnecessário
Eu poderia ser qualquer coisa que lhe deixasse em pé
Eu poderia ser qualquer instrumento que se afinasse aos timbres seus
Eu poderia ser a nuvem negra quando a tempestade insiste em desabar
Eu poderia ser o abismo quando seus pés se precipitarem para o infinito
Eu poderia ser a derradeira dança das árvores embaladas pelo ritmo vento
Eu poderia ser o galho torto ou a folha seca caída sobre a calçada em que pisas
Eu poderia ser a calmaria em que necessita atracar
Eu poderia ser a embarcação em que deseja partir
Eu poderia ser a cama em que anseie por deitar
Eu poderia ser o chão e escutar o vai e vem dos seus pés
Eu poderia ser o silêncio sendo quebrado pelo ruído da sua voz
Eu poderia ser o empecilho e lhe fazer desviar do caminho
Eu poderia ser uma doença e lhe deixar fora de sí
Eu poderia ser a noite escura em que saíste pra se divertir
Eu poderia ser o grito que usas pra se expressar e gemer
Eu poderia ser o sangue que corre pelas veias e lhe faz mulher
Eu poderia ser a saudade que lhe faz chorar
Eu poderia ser tudo aquilo que lhe faz sofrer
Eu poderia ser tudo aquilo que lhe faz sorrir
Eu poderia ser o menino que lhe tira pra dançar: ciranda, cirandá
Eu poderia ser o sonho nostálgico que tira o sono e não lhe deixa dormir
Imagina?