Nada mais que um outro dia afundado em meus vícios e manias
de sábados ociosos, vagabundos e escuros.
Noturnas alienções dos sentidos
enquanto dançava sozinho no corredor escuro
cheio de portas fechadas e paredes brancas.
Eu gostaria de te ver aqui
mas agora é tarde.
Os acordes da nossa melodia já desafinaram
e sairam do ritmo.
Não há mais por quem rir
Não há por quem chorar
Não há alguem por quem sofrer.
Os dias já são outros daqueles céus que costumávamos derrubar.
Eu fui até o chão, me sentia pesado demais
para me erguer diante dos dias que sucederam a minha abstinência.
Nem sempre foi assim:
eu te quis muito, querida
mas você não me viu cantar a canção
ou tocar as flautas do apego.
A casa ao lado está em festa
mas eu, sozinho.
Até um sorisso parece difícil,
quem dirá um dia de sol.
A praia afogando minhas pretensões à vela
em um barco solitário
entre revoltas e marés
cheio de ódios e amores.
Já suportei demais as suas dores.
Ouvi o que não podia ser dito,
Li o que não era escrito.
À luz sinto que a vida é tão rápida quanto os segundos
desse relógio que trago no pulso pra não me perder
assim como me perdi ao te encontrar.
Eu bem sei que a morte me espera de braços abertos
e que o fim é tão imprevisivel quanto as linhas da vida.
E entre goles dessa bebida vou alimento minhas loucuras
de insistir em utopias que talvez me tornem alguem maior.
Qual é a cor dos meus pensamentos mais cruéis?
Quais são as cores dos meus sóis?
Os dias me transbordam
O tempo passa, o copo seca
a boca seca, o corpo fica sóbrio
a noite acaba, o corpo adormece
e nada mais
por enquando,
apenas um sonho a mais.
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