segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Das madrugadas

Eis que nas madrugadas eu insistia em escrever
o seu nome em cartolinas coloridas
e espalhá-las pelos cômodos da casa
como uma maneira de não me sentir sozinho:
eu encontrava companhia nas letras do seu nome.

Você era algo como um cigarro
que em algumas poucas baforadas
me remetia a calma.

Era a heroína que alimentava as minhas veias azuis.

Eis que pelas madrugadas eu chamava
o seu nome em tons dissonantes
como uma maneira de espantar a solidão
e as agudas saudades:
eu podia escutar a sua voz vinda com o vento.

Se das madrugadas você me soubesse.

Um comentário: