Lá fora
a noite enorme
enquanto muitos dormem
eu lampejo.
Sob a escuridão
alguém passa
deixando uma nuvem
de fumaça que
pelo ar se esvai.
Os cachorros ladram
e regem a sinfonia
da cidade escura
numa noite fria
de congelar os ossos.
Enquanto muitos dormem
eu escrevo, sem pretensão
nem por vaidade, apenas
pra não me entregar ao
sono em que muitos
adormecem e se
esquecem de quão
efêmera é a vida.
Só o que não dorme
é o teu nome.
Na parede nenhum
belo retrato, apenas
papéis, rabiscos
e um quadro na
tentativa de quebrar
a monotonia do ambiente
que guarda o teu nome
reluzente rente aos
meus olhos.
Na estante livros
palavras perdidas em
frases que nada dizem
de importante assim
como este poema, que
só serve para celebrar
este instante em que escrevo
enquanto muitos dormem.
Sem pretensão ou
por vaidade, apenas
para buscar algo mais
desse cotidiano vago.
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