Quando a noite caiu e todas os sonhos se partiram
eu estava no beco mais escuro celebrando as minhas desgraças.
O fogo que aquecia iluminava
a minha dança solitária de bandoleiro perdido
dos dias improváveis.
Rejeitei algum sono e tentei te encontrar
seguindo os rastros deixados por passos vagos
inscritos na calçada das lembraças abstratas de um eu quebrado.
Tristes sonhos esfarelados pelo chão
migalhas de um futuro passado
que me fez parar no tempo e reviver o passado.
Festim a esmo do escárnio!
As mágoas são tão profundas
que as preces já não bastam
a oração está muda e a fé mutilada
mas minhas garganta não pára de gritar
e a esmurar pontas de facas.
Talvez o paraíso, o alívio para a dor,
um sono prolongado, um afago da mão mais leve
ou um sopro na memória.
Esquecer tornou-se uma rotina.
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