domingo, 18 de julho de 2010

O vento

Sentado de bunda rente ao chão
com os olhos pro alto
e a cabeça pelo ar:
Pensamentos, nada mais
que pensamentos tortos
de uma mente distorçida
em meio ao turbilhão.
O vento se aproxima
e traz consigo
sua canção:
por entre fatos,
olhares e ocasiões
tudo é apenas restos,
rastros e rostos
que se apagam
na linha do tempo.

O vento vai e
consigo sua canção.

Os dias passam
os anos avançam
os cabelos caem
o corpo enruga-se
e pelo ralo
a vida também vai.
Vida da qual nada se leva:
aqui deixam-se os tesouros
aqui ficam as riquezas
do teu ser nu.

Tão crua é a vida
dos que buscam cegamente
as conquistas douradas!

Vejai o mundo ao teu redor
sinta o sabor dos sentimentos
e não tenha pressa
pra ser só mais uma presa
dessa selva.

Olhai os lírios do campo!

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