segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Canção sob o sol

Querida,
Sei que o tempo agora é outro.
O frio já não nos assola como há pouco fazia,
Nem o seu corpo é meu objeto de desejo
E artifício calmante de minhas angústias.

Bem sei
Que o passado é o presente guardado
Freqüentemente revivido pela nostálgica saudade
Daquilo que fez bem e agora é ausência.

Sempre haverá velhas histórias contadas por outras bocas
Entremeadas por novos sonhos
Pois nem tudo é completamente esquecido que não seja lembrado.
Muitas mortes permanecem vivas
Em um constante ressuscitar!

Quisera eu lhe contar uma história à boca da noite
Sobre felicidade à distância dos seus olhos,
Os mesmo que um dia sorriram pra mim
E agora iluminam outros rostos que não o meu.

À luz da cidade a noite se põe em contradição:
O tempo está passando,
A vida sendo consumida
Enquanto nos perdemos à custa de aventuras.

Entretanto,
Mesmo que os ventos tenham mudado de direção
Eles continuam soprando ao nosso favor
Trazendo tempestades e calmarias
Assim como sempre foi.

Mas querida,
Abra a sua janela,
A primavera chegou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário