Sentado às horas da noite,
Sou criança diante da tarde de sol.
Da janela escutam-se vozes
E de ruídos se constitui a cidade
Que agora repousa à agitação do dia
Como homem descansando depois do trabalho
Com o sentimento de dever cumprido
Por mais que não seja novidade.
Pessoas passam pelas ruas pra qualquer direção.
Estamos sempre procurando o que fazer.
Muitos de nós não suportam a solidão,
Nem sabem fazer com que o tédio dê frutos.
Hoje a música soa sonolenta
Como amanhecer de inverno.
E em meio ao vazio do quarto
Sou solitário de sexta à noite
Enquanto o final de semana se anuncia pela janela.
E nessa brincadeira de não ver o tempo passar,
Ele está passando e deixando suas marcas:
Novas rugas, outras falhas:
Tudo o que eu tenho direito e não há como evitar:
Somos animais sofrendo constante ação do tempo
Enquanto vivemos à custa de prazeres da carne e da alma.
Só por hoje não quero pensar
Que a sua ausência era o pior que eu poderia fazer,
Pois se há motivos pra sorrir
Melhor não se preocupar com o que a manhã irá trazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário